Faz que não vê
Tenho a alegria de informar que o romance Faz que não vê chega às livrarias esta semana com o selo da Editora Garamond. É o meu primeiro livro publicado. Trata-se de um thriller político que tem como pano de fundo o universo sedutor do poder e a busca, a qualquer preço, da satisfação de desejos, necessidades e ambições.
O livro conta a história de um ex-guerrilheiro que se converte em yuppie nos anos 90 e se envolve numa trama em que se misturam negócios, política e crime. Construído de cenas interdependentes, o romance é ambientado na atmosfera de grandes empresas, gabinetes de autoridades, casas luxuosas e esconderijos de criminosos, conduzindo o leitor aos meandros do submundo que todos nós conhecemos, mas, muitas vezes, tentamos não ver e esquecer.
Comecei a escrever este livro em 2001 e terminei em 2005. Uma das motivações e pretensões do romance era refletir sobre a tensão ética e descrever os bastidores do comportamento de uma parte da geração, na qual me incluo, que sonhou e desejou muito, se apaixonou pelo sonho e não mediu sacrifícios pelo desejo, e parece estar vivendo a frustração de entregar muito pouco: algumas mudanças talvez para melhor e outras muitas para pior.
Como construção literária, o projeto era contar uma história interessante, com bastante ritmo, numa atmosfera de niilismo e desencanto político. Escolhi o tempo da era Collor e uma trama povoada de empresários, políticos, sindicalistas e criminosos envolvendo interesses na decadente Zona Portuária do Rio de Janeiro.
A idéia e o início do livro antecederam, portanto, a eleição de Lula em 2002. A trama da história e o drama dos personagens também nasceram nesta ocasião. Nunca duvidei da lição cotidiana de que a realidade é mais forte que a ficção. E fui comprovando isso dia a dia, na medida em que ia escrevendo e acompanhava cada capítulo dos acontecimentos que produziram a presente crise política no país, tendo como protagonistas alguns dos mais destacados líderes e ídolos da geração política que resistiu à ditadura e acreditou na revolução.
Ao mesmo tempo, eu verificava - às vezes com espanto - a correspondência entre as diferentes erupções da tensão ética dos personagens do romance e o comportamento dos atores da nossa crise política. E isso reforçava aquela motivação original do livro.
Foi com sentimento de orgulho um tanto constrangido que, há alguns meses, recebi do amigo e mestre Antonio Torres o texto da orelha do livro, destacando que o enredo do romance funcionou como trama e também como representação de um sistema que se agiganta como poder paralelo e ameaça a todos enovelar em sua teia, atravessando diferentes eras e governos. Assinalo, de minha parte, que não quis fazer no romance qualquer julgamento moral nem aposta política ou existencial, a não ser na crença de que não há saída da realidade para a utopia e, portanto, que não há como fugir de nós mesmos nem do aqui e agora.
O livro conta a história de um ex-guerrilheiro que se converte em yuppie nos anos 90 e se envolve numa trama em que se misturam negócios, política e crime. Construído de cenas interdependentes, o romance é ambientado na atmosfera de grandes empresas, gabinetes de autoridades, casas luxuosas e esconderijos de criminosos, conduzindo o leitor aos meandros do submundo que todos nós conhecemos, mas, muitas vezes, tentamos não ver e esquecer.
Comecei a escrever este livro em 2001 e terminei em 2005. Uma das motivações e pretensões do romance era refletir sobre a tensão ética e descrever os bastidores do comportamento de uma parte da geração, na qual me incluo, que sonhou e desejou muito, se apaixonou pelo sonho e não mediu sacrifícios pelo desejo, e parece estar vivendo a frustração de entregar muito pouco: algumas mudanças talvez para melhor e outras muitas para pior.
Como construção literária, o projeto era contar uma história interessante, com bastante ritmo, numa atmosfera de niilismo e desencanto político. Escolhi o tempo da era Collor e uma trama povoada de empresários, políticos, sindicalistas e criminosos envolvendo interesses na decadente Zona Portuária do Rio de Janeiro.
A idéia e o início do livro antecederam, portanto, a eleição de Lula em 2002. A trama da história e o drama dos personagens também nasceram nesta ocasião. Nunca duvidei da lição cotidiana de que a realidade é mais forte que a ficção. E fui comprovando isso dia a dia, na medida em que ia escrevendo e acompanhava cada capítulo dos acontecimentos que produziram a presente crise política no país, tendo como protagonistas alguns dos mais destacados líderes e ídolos da geração política que resistiu à ditadura e acreditou na revolução.
Ao mesmo tempo, eu verificava - às vezes com espanto - a correspondência entre as diferentes erupções da tensão ética dos personagens do romance e o comportamento dos atores da nossa crise política. E isso reforçava aquela motivação original do livro.
Foi com sentimento de orgulho um tanto constrangido que, há alguns meses, recebi do amigo e mestre Antonio Torres o texto da orelha do livro, destacando que o enredo do romance funcionou como trama e também como representação de um sistema que se agiganta como poder paralelo e ameaça a todos enovelar em sua teia, atravessando diferentes eras e governos. Assinalo, de minha parte, que não quis fazer no romance qualquer julgamento moral nem aposta política ou existencial, a não ser na crença de que não há saída da realidade para a utopia e, portanto, que não há como fugir de nós mesmos nem do aqui e agora.
10 Comments:
At 1:01 PM, Daniela Caride said…
Tojal, como queria estar ai para comprar seu livro, ve-lo sendo autografado por vc, le-lo e te dar aquele abraco apertado. Fica pra quando eu visitar o Brasil, em 2007. Meus parabens pela conquista. Tenho profunda admiracao por vc e pelo seu trabalho. Curta muito este momento!
At 2:17 PM, Daniela said…
Tojal, estou muito feliz por vc e não vejo a hora de ler seu livro. Torço para que seja o primeiro de muitos publicados. Que venham os contos!! ;-)
Depois me confirme o dia do lançamento. Estarei lá com certeza para curtir esse seu momento.
Parabéns!!
At 6:53 AM, Alexandre M. said…
Altamir, que bom saber que "Faz que não vê" vai poder estar em nossas mãos para solicitarmos o seu autógrafo; ótimo, também, que esteja ao alcance dos nossos olhos para que possamos acompanhar suas tramas, suas metáforas, suas verdades. Não é por acaso o incontido entusiasmo do Antonio Torres pelo seu talento literário. Parabéns! Um grande abraço do Alexandre Moreira.
At 7:54 AM, José Truda Júnior said…
E onde será o lançamento? Esse eu não posso perder!
At 1:01 PM, Fernando Molica said…
Parabéns, meu caro.
Abração,
Molica
At 2:51 PM, Jubs said…
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
At 2:52 PM, Jubs said…
Olá Tojal!
Que notícia boa! Qual a data do lançamento? Vai ter noite de autógrafos?
Parabéns e sucesso!
Bjs, Juliana Leite
At 10:05 PM, Perereca said…
Caro Tojal,
O simples texto de apresentação do seu livro já é super interessante, impossível de não ler. Imagino que o livro também deva ser desses de ir até o final de uma vez só, preso o leitor pela forma e conteúdo.
Todo sucesso é pouco.
Abraços,
Marcelo Diniz
At 9:38 AM, Fabio Creder said…
Querido Altamir, meus parabéns!
Interessantíssimo o tema do seu livro. Estou ansioso por lê-lo.
Um abração,
Fábio Creder.
At 9:03 AM, Anônimo said…
Beijo de juventude saudosa...rs
Altamir, que bom reencontrá-lo!!!
Sucesso, saúde, vou abraçar vc, se der, ok?
Cida Torneros
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